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Márcia Aguiar

Personalidade da Dança/Teatro de hoje: Marilena Ansaldi


A justa homenagem aqui prestada a uma bailarina maravilhosa: Marilena Ansaldi.
Marilena com uma personalidade marcante e  a frente do seu tempo é mais uma que sai do lugar comum e  rompe com as barreira impostas. 
Ela cria sua própria dança e vai além, interpreta, escreve, dirige espetáculos teatrais. 
Me apaixonei a primeira vista pela Marilena Ansaldi ao assitir um documentario sobre ela.Fiquei encantada pelo trabalho e personalidade desta artista completa e marcante e assim como sempre faço com aquilo que amo, pesquisei, li, assisti! Me encantei mais e mais. E  aqui estou dividindo!
Assim, Marilena Ansaldi é a bailarina/atriz homenageada de hoje aqui no Alma de ARTista. 
E convenhamos, estréia com muita propriedade este espaço dedicado as personalidades da Dança!
E por ser polivalente, estréia o também no mesmo post o espaço dedicado a personalidades do Teatro também.
Dancemos Marilena, para celebrar a vida!
Márcia Aguair



Biografia
Maria Helena Ansaldi  
Nascida em São Paulo SP em 1934
Atriz e coreógrafa. Pioneira na criação de espetáculos que unem dança, teatro e recursos multimídia. Sendo então a precursora da dança-teatro no Brasil.
Filha de Paulo Ansaldi barítono italiano e da corista Maria Nazareth da Silva, desde pequena ambiciona ser bailarina, mas a resistência paterna obriga-a a postergar a iniciação e só entra para a Escola Municipal de Bailado como aluna regular em 1951. Em 1952, já chama a atenção com uma dança oriental na ópera Thais e, no ano seguinte, passa à primeira bailarina, quando interpreta solos especialmente criados para ela. Em 1958, afastada da Escola por divergências internas, vê-se obrigada a trabalhar em boates, mas é readmitida e passa a dançar todo o repertório do Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo. Em 1962 participa do Festival da Juventude em Helsinki, Finlândia, e segue viagem à Rússia, onde obtém bolsa de estudos no Balé Bolshoi. Em 1964 interpreta Zarema, um dos papéis principais da ópera A Fonte, de Baychisaray, e é cumprimentada por Krushev, que assiste ao espetáculo.
Em 1965 volta para o Brasil e casa-se com o crítico teatral Sábato Magaldi. Inicia atividades no campo da coreografia e participa de espetáculos de balé moderno dirigidos por René Gumiel. Em 1966 cria o Balé de Câmara, com Victor Austin, Peter Hayden e Márika Gidali. Como primeiro trabalho do grupo cria coreografia sobre Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues. A partir de 1968 é uma das diretoras da Sociedade Ballet de São Paulo, criando coreografias sobre A Casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca, e Maria Stuart, de Schiller.
Em 1975 lança-se à criação de um espetáculo solo, inspirada em texto que escreve em um momento de crise.
Em sua autobiografia, Atos, descreve:
 "Escrevi alguma coisa, um texto que falava do que eu havia deixado de ser, do que eu não sabia se poderia ser e das coisas que me amarravam e das quais precisaria me libertar. Vi que aquilo já nascia em forma de roteiro, o esboço de um espetáculo. No dia seguinte, comecei a retrabalhar o texto, com a plena consciência de que estava tentando projetar um espetáculo teatral. Basicamente, era um roteiro visual, com descrição de imagens".1 O diretor Iacov Hillel ensaia com base na improvisação, tentando encontrar formas para as imagens do roteiro, que trata da libertação das amarras do balé clássico e da procura de uma nova forma de expressão. Isso ou Aquilo estréia no Espaço Galpão, obtém êxito de público e crítica e conquista os prêmios Associação Paulista de Críticos de Artes, APCA; Molière e Governador do Estado de São Paulo do ano de 1975. Dois anos depois, é apresentado na Itália, na Alemanha e, no Festival de Nancy, na França.
Seguem-se espetáculos nos quais Ansaldi produz, cria e interpreta a partir de roteiro inspirado em um autor. Um dos maiores sucessos da década de 70, Escuta, Zé!, parte do livro de Wilhelm Reich, modificado nos ensaios, com a inclusão de depoimentos pessoais dos atores/bailarinos, sob a direção de Celso Nunes. Em 1979 cria Um Sopro de Vida, direção de José Possi Neto, a partir da obra de Clarice Lispector (1925 - 1977), que volta a inspirá-la em 1989, com A Paixão Segundo G.H., agora junto com a diretora Cibele Forjaz. No autobiográfico Jogo de Cintura a atriz-criadora conta sua vida entremeada por trechos de seus espetáculos. Em Se, de 1983, com Roberto Gallizia, integrante do Teatro do Ornitorrinco, aborda a condição da mulher, questionando idéias feministas. Em 1987 interpreta um texto teatral, Hamletmachine, de Heiner Müller, com direção de Marcio Aurelio, e, em 1991, com Clitemnestra, de Marguerite Yourcenar, aposta no talento do então iniciante diretor Antônio Araújo, hoje consagrado por seu trabalho à frente do Teatro da Vertigem.
Marilena também coreografa espetáculos teatrais, como A Viagem, de 1972, com direção de Celso Nunes. Participa como atriz das produções da TV Globo Rabo de Saia, de 1995, com direção de Walter Avancini, e, em 1986, da regravação da novela Selva de Pedra.
Em sua autobiografia, Marilena declara: "Tudo o que construo no teatro me chega através da música. A cor, o espaço e o próprio texto são ditados por uma inspiração musical. E cada música gera sua própria imagem".2
Sempre à margem dos esquemas comercias, Marilena Ansaldi é uma artista inconfundível por sua presença cênica, corpo em que dança e teatralidade fundem-se numa expressão dramática própria, que dota suas interpretações de forte impacto emocional, apesar do desenho milimétrico e coreografado de seus movimentos.
Notas
1. ANSALDI, Marilena. Atos. São Paulo: Maltese, 1994, p. 153.

2. Ibid. p. 15.

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