Direitos autorais

Caro visitante
Os textos aqui postados são da minha autoria e aqueles que não os são estão devidamente assegurado os direitos autorais pela citação da fonte.
É muito importante prezarmos pela ética e o respeito pelo direitos autorais.
Sem isso fica impossivel mantermos um bom nivel intelectual e de "convivência".
Acredite em você!
E jamais se "aproprie" do que não é seu. Existe uma legislação vigente que nos protege deste crime.

Márcia Aguiar

sábado, outubro 09, 2010



Eu desistiria da eternidade
para tocar você
Pois sei que de alguma forma
Você me percebe

Você é o mais perto do céu
Que eu posso chegar
e não quero voltar
Para casa agora...

O único gosto que sinto
É o deste momento
E tudo que tenho para respirar
É seu amor.

Por que cedo ou tarde
Isto pode acabar
Hoje a noite
Não te deixarei ir...

Eu preferiria...
Sentir o cheiro de seus cabelos,
Dar um beijo em sua boca...
Tocar uma vez em sua mão...
A passar a eternidade sem isso
CIDADE DOS ANJOS

quinta-feira, outubro 07, 2010

terça-feira, setembro 28, 2010

Oração

ORAÇÃO DO APRENDIZ

Senhor !
Em tudo quanto eu te peça, conquanto agradeça a infinita bondade com que me atendes.
Não consideres o que eu te rogue, mas aquilo de que eu mais necessite.
E quando me concederes aquilo de que eu mais precise, ensina-me a usar a tua concessão, não só em meu proveito, mas
em benefício dos outros, a fim de que eu seja feliz com a tua dádiva, sem prejudicar a ninguém.
Espírito: ANDRÉ LUIZ
Médium: Chico Xavier
Livro: "Aulas da Vida" - EDIÇÃO IDEAL

Poesia

 

Se (Hermógenes)

Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...

Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Se algum ressentimento,

Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,

E, mais ainda
,Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...

Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...

Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu...

Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia...

Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...

Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...

Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito...

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...

Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos, Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta. 


Foto: Cachoeira do Teotonio em Porto Velho Ro autoria minha amiga Rúbia Luz

sexta-feira, agosto 27, 2010

História do teatro

O teatro surgiu a partir do desenvolvimento do homem, através das suas necessidades. O homem primitivo era caçador e selvagem, por isso sentia necessidade de dominar a natureza. Através destas necessidades surgem invenções como o desenho e o teatro na sua forma mais primitiva. O teatro primitivo era uma espécie de danças dramáticas colectivas que abordavam as questões do seu dia a dia, uma espécie de rito de celebração, agradecimento ou perda. Estas pequenas evoluções deram-se com o passar de vários anos. Com o tempo o homem passou a realizar rituais sagrados na tentativa de apaziguar os efeitos da natureza, harmonizando-se com ela. Os mitos começaram a evoluir, surgem danças miméticas (compostas por mímica e música).
Com o surgimento da civilização egípcia os pequenos ritos tornaram-se grandes rituais formalizados e baseados em mitos. Cada mito conta como uma realidade veio a existir. Os mitos possuíam regras de acordo com o que propunha o estado e a religião, eram apenas a história do mito em ação, ou seja, em movimento. Estes rituais propagavam as tradições e serviam para o divertimento e a honra dos nobres. Na Grécia sim, surge o teatro. Surge o “ditirambo”, um tipo de procissão informal que servia para homenagear o Deus Dioniso (Deus do Vinho). Mais tarde o “ditirambo” evoluiu, tinha um coro formado por coreutas e pelo corifeu, eles cantavam, dançavam, contavam histórias e mitos relacionados a Deus. A grande inovação deu-se quando se criou o diálogo entre coreutas e o corifeu. Cria-se assim a acção na história e surgem os primeiros textos teatrais. No ínicio fazia-se teatro nas ruas, depois tornou-se necessário um lugar. E assim surgiram os primeiros teatros.

Teatro na Grécia Antiga

A consolidação do teatro, na Grécia Antiga, deu-se em função das manifestações em homenagem ao deus do vinho, Dioniso ou Baco (em Roma).[1] A cada nova safra de uva, era realizada uma festa em agradecimento ao deus, através de procissões. Com o passar do tempo, essas procissões, que eram conhecidas como "Ditirambos", foram ficando cada vez mais elaboradas, e surgiram os "diretores de Coro", os organizadores de procissões. Os participantes cantavam, dançavam e apresentavam diversas cenas das peripécias de Dionísio e, em procissão urbanas, se reuniam aproximadamente 20 mil pessoas, enquanto que em procissões de localidades rurais (procissões campestres), as festas eram menores.
O primeiro diretor de Coro foi Téspis, que foi convidado pelo tirano Psistrato para dirigir a procissão de Atenas. Téspis desenvolveu o uso de máscaras para representar, pois em razão do grande número de participantes era impossível todos escutarem os relatos, porém podiam visualisar o sentimento da cena pelas máscaras. O "Coro" era composto pelos narradores da história, que através de representação, canções e danças, relatavam as histórias do personagem. Ele era o intermediário entre o ator e a platéia, e trazia os pensamentos e sentimentos à tona, além de trazer também a conclusão da peça. Também podia haver o "Corifeu", que era um representante do coro que se comunicava com a platéia do acontecimento.
Em uma dessas procissões, Téspis inovou ao subir em um "tablado" (Thymele – altar), para responder ao coro,logo em seguida tespis se passou por dionisio, fingindo que o espirito de dioniso adentrou no seu corpo, e assim, tornou-se o primeiro respondedor de coro (hypócrites). Em razão disso, surgiram os diálogos e Téspis tornou-se o primeiro ator grego.

Os célebres autores:
Muitas das tragédias escritas se perderam e na atualidade são três Tragediógrafos conhecidos e considerados importantes: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.[1]
Ésquilo (525 a 456 aC aproximadamente) – Principal Texto: Prometeu Acorrentado. Tema Principal que tratava: Contava fatos sobre os Deuses e os Mitos. Ele morreu com uma tartarugada na cabeça enquanto andava pela praia.
Sófocles (496 a 406 a.C.aproximadamente) – Principal Texto: Édipo Rei. Tema Principal que tratava: das grandes figuras Reais.
Eurípides (484 a 406 a.C.aproximadamente) – Principal Texto: As Troianas – Tema Principal que tratava: dos renegados, dos vencidos (Pai do Drama Ocidental)
Aristófanes e a Comédia: Dramaturgo grego (445 a 386 a.C.). É considerado o maior representante da comédia antiga.


Tragédia grega

Muito se discute a origem do teatro grego e, conseqüentemente, das tragédias. Aristóteles, em sua Poética, apresenta três versões para o surgimento da tragédia. A primeira versão argumenta que a tragédia, e o teatro, nasceram das celebrações e ritos a Dionísio, o deus campestre do vinho. Em tais festividades, as pessoas bebiam vinho até ficarem embriagadas, o que lhes permitia entrar em contato com o deus homenageado. Homens fantasiados de bodes (em grego, tragos) encenavam o mito de Dionísio e da dádiva dada por ele à humanidade: o vinho. Esta é a concepção mais aceita atualmente, pois explica o significado de tragédia com o bode, presente nas celebrações dionisíacas.
A segunda versão relaciona o teatro com os Mistérios de Eleusis, uma encenação anual do ciclo da vida, isto é, do nascimento, crescimento e morte. A semente era o ponto principal dos mistérios, pois a morte da semente representava o nascimento da árvore, que por sua vez traria novas sementes. A dramatização dos mistérios permitiria o desenvolvimento do teatro grego e da tragédia.
A terceira concepção para o nascimento da tragédia, e a aceita por Aristóteles, é de que o teatro nasceu como homenagem ao herói dório Adrausto, que permitiu o domínio dos Dórios sobre os demais povos indo-europeus que habitavam a península. O teatro seria a dramatização pública da saga de Adrausto e seu triste fim.
A análise das obras dos principais autores trágicos, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, como empreendida por Albin Lesky (A tragédia grega) e Junito Brandão (Teatro Grego: origem e evolução), nos conduz a um denominador comum da tragédia: o métron de cada um. Parte da concepção grega do equilíbrio, harmonia e simetria e defende que cada pessoa tem um métron, uma medida ideal. Quando alguém ultrapassava seu métron, seja acima ou abaixo dele, estaria tentando se equiparar aos deuses e receberia por parte deles a "cegueira da razão". Uma vez cego, esse alguém acabaria por vencer sua medida inúmeras vezes até que caisse em si, prestes a conhecer um destino do qual não pudesse escapar.
A tragédia seria assim uma popularização do "mito de Procrusto". Este convidava os viajantes a se hospedarem em sua casa, mas tinha uma cama muito grande e outra cama minúscula. Durante a noite, Procrusto procurava adequar o viajante à cama escolhida, serrando os pés dos que optavam pela cama pequena ou esticando os que escolhessem a cama grande. O objetivo de Procrusto era colocar cada um na sua medida, ou melhor, no seu métron.
Como ensinou Aristóteles, a tragédia não era vista com pessimismo pelos gregos e sim como educativa. Tinha a função de ensinar as pessoas a buscar a sua medida ideal, não pendendo para nehum dos extremos de sua própria personalidade. Para o filósofo de Estagira, entretanto, a função principal da tragédia era a catarse, descrita por ele como o processo de reconhecer a si mesmo como num espelho e ao mesmo tempo se afastar do reflexo, como que "observando a sua vida" de fora. Tal processo permitiria que as pessoas lidassem com problemas não resolvidos e refletissem no seu dia-a-dia, exteriorizando suas emoções e internalizando pensamentos racionais. A reflexão oriunda da catarse permitiria o crescimento do indivíduo que conhecia os limites de seu métron. A catarse ocorreria quando o herói passasse da felicidade para a infelicidade por "errar o alvo", saindo da sua medida ideal.
A questão da "medida de cada um" é recorrente na obra dos trágicos, mas trabalhada de forma diferente de acordo com a concepção de destino. O objetivo de Ésquilo era homenagear Zeus como principal deidade, prevendo o destino de cada um. Quando alguém tentava fugir de seu destino, por sair de seu métron, acabava cumprindo o destino escrito por Zeus. Basta ler a Oréstia para perceber a visão de destino e o papel de Zeus.
Sófocles, por sua vez, escreveu verdadeiras odes à democracia, pregando abertamente que somente ela poderia aproximar os homens dos deuses. Aquele que não respeitava a democracia (representada pelo coro), procurava se auto-governar e fugir de seu destino terrível, teria como resultado final aquele mesmo destino que destemidamente lutava contra. Para ele, o homem só encontraria sua medida na vida pública, atuando na pólis, por intermédio da democracia ateniense. Isso fica muito claro em Antígone (na oposição entre lei humana e lei divina, mostrando que a lei humana emanada pela democracia, ou coro se aproximava da lei dos deuses) e em Electra.
Em compensação, Eurípedes dizia que o coração feminino era um abismo que podia ser preenchido com o poder do amor ou o poder do ódio. É visto por muitos como o primeiro psicólogo, pois se dedicava ao estudo das emoções na alma humana, principalmente nas mulheres. Aristóteles o chamou de o "maior dos trágicos", porque suas obras conduziam a uma reflexão - catarse - que os demais trágicos não conseguiam. Numa sociedade patriarcal e machista, Eurípedes enfatizava a mulher e como ela poderia fazer grandes coisas quando apaixonada ou tomada de ódio. Defendia que o amor e o ódio eram os responsáveis pelo afastamento da medida de cada um. Podemos destacar Medéia e Ifigênia em Áulis como duas peças de Eurípedes nas quais os sentimentos e emoções são levados à flor da pele.

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_teatro

 

Tragédia Grega e Polis por Thiago Rodrigues Braga *

A tragédia grega  constitui uma base de ensinamentos cívicos para a polis. O sentido do termo polis não quer dizer apenas um local socialmente organizado, antes disso, para os gregos antigos, a polis era uma maneira de compartilhamento de concepções práticas da vida cotidiana. Nesse aspecto, o texto propõe uma interpretação da tragédia grega enquanto elemento formador e regulador da polis grega. A Tragédia grega ensina como enfrentar as nossa fraquezas, a condição humana. Nessa linha de pensamento, o conceito grego “sophrosyne” tem um papel primordial, fazer com que cada cidadão sinta-se parte de um todo maior, chamado polis.
Palavras-chaves: Tragédia grega, Polis, Sophrosyne (temperança).
A tragédia grega aparece após a epopéia – de Homero e Hesíodo - Por volta de 500 a.C, reunia grande parte da população grega num mesmo espetáculo. A música junto aos diálogos curtos acendia o entusiasmo do público e arrastava os gregos ao delírio. Os diálogos ocultavam alguns elementos, por exemplo, um personagem fala com sua própria irmã sem que esta saiba que esta falando com seu irmão.
O poeta trágico torna coisas, familiares ao povo grego, acontecimentos comum, em coisas estranhas. Faz o comum torna-se novo, diferente, não habitual. Esse estranhamento ocorre pelo ocultamento –desvelado no fim de cada diálogo – de informações. O caminho traçado pelo poeta dá uma sensação de espanto e medo. Provoca uma mudança abrupta de emoções no coração do expectador. Nesse jogo dialógico entre aquilo que se oculta e o que se estranha, traz a tona a idéia de “pathos” grega. O ‘pathos’ é a influência de forças externas sobre o pensamento e comportamento do homem. As forças externas é tudo aquilo que acontece fora do corpo do indivíduos, os estímulos.

Assim como na epopéia a tragédia retrata o herói, situa-se entre os deuses (divindade) e o homem. O herói alimenta sua força na hybris, isto é, ele se glorifica por meio do excesso e da desmedida. Ao expressar seu desejo, e tentar satisfazê-lo, o herói causa uma erupção de sentimentos na platéia – é justamente nesse momento que compreendemos a função da tragédia enquanto ensinamento cívico.
A tragédia não retrata a atualidade da Grécia antiga, mas fala a respeito de um aspecto universal, comum a todos os homens de todas as épocas, o destino de cada um enquanto indivíduo. Aqui vem a pergunta que cada um pode fazer a si mesmo: O que devemos fazer para aceitar melhor as nossa limitações e incapacidades? –para os gregos as limitações da condição humana estão entranhadas com aquilo que eles entediam por destino. Deste modo, o cidadão grego se perguntará; o que posso fazer para evitar o mal que lhe sucedeu ao herói trágico? Ele, o homem grego, teme cair no mesmo erro que o herói trágico.
A paidéia – formação do homem grego de criança à idade adulta- se fortalece com a tragédia e permite ao grego conhecer melhor sua interioridade, o seu “daimon” – cabe dizer que o “daimon” não representa necessariamente a força negativa interna de cada um, assim como o herói, o “daimon” se localiza entre a divindade e o homem, portanto, ele pode ser hora algo positivo, hora algo negativo.
O herói trágico não é o mesmo que o herói da epopéia, ele não é um exemplo a ser seguido, não representa um ideal de homem –como o herói épico-. Ele representa a falta de comedimento e acaba em sofrimento. O homem grego vê no herói trágico a sua própria dor, portanto, serve de um alerta para não cair no mesmo erro que ele. O herói trágico ensina ao grego como atravessar um rio cheio de piranhas sem ser notado por nenhuma delas.
A tragédia grega permitiu ao grego conhecer-se melhor sem colocar-se em oposição à vida púbica. O sujeito reconhece seus erros e seus limites e tenta superá-los por meio da catarse (purificação). Como se alcança a catarse? Através do domínio dos próprios desejos, dos prazeres, o controle da hybris. Desse modo, o indivíduo atinge um grau de temperança, a “sophrosyne”, justa medida, o equilíbrio da ação. A tragédia é um ritual que purifica o mal, expurga todo sentimento de superioridade que o indivíduo possui. Não há o mais forte ou o mais belo, mas é o reconhecimento das fraquezas humanas que permite ao sujeito sentir-se igual aos outros. Torna-te o que tu es. A solene frase escrita por Nietzsche, deve ser entendida aos moldes gregos, e, quer dizer, reconhece o quão o humano que eres, reconhece a tua condição, a tua espécie, saiba quais são os teus limites, e, só assim terás um campo aberto para correr, andar, saltar, e atingir lugares, antes, nunca vistos.
Na Grécia antiga não havia a noção de “eu” tal como temos hoje, um “eu” individual, fragmentado, deslocado da vida pública. O grego não se considera senhor de sua integridade, ele sabe que existem forças que agem no indivíduo que independem da vontade, por exemplo, a constituição biologia, a história vivida de cada um, o contexto social. São condicionamentos ao homem que independem dele. O grego entendia todos esses condicionamentos no conceito de destino. Do destino nada se sabia, saber o destino é coisa para os deuses. Ninguém podia ser responsável pelo seu próprio ato, visto que aquilo fazia parte do destino. Sem a noção de um “eu” individual, não há idéia de culpa, e sem culpa não é possível pensar em punição. A idéia de culpa ligada à punição surgirá com o advento do cristianismo. Se não há punição alguém pode pensar, qual seria o instrumento regulador da ordem social? Uma resposta que satisfaça um questionamento como este exigiria um estudo filológico e histórico da Grécia antiga, aqui pretendemos apenas assinalar alguns elementos.
Quando o homem grego tenta agir com temperança -sophrosyne-, ele, de certa forma, age na polis. A preocupação consigo mesmo, do sujeito, culmina na harmonia da polis. É na polis que o homem grego se sente igual perante aos outros. Podemos perceber a importância da tragédia em fazer os gregos reconhecerem-se como iguais. Destarte, a polis se afinca numa base unitária desenvolvendo-se. Nesse contexto, não há separação entre vida pública e vida privada, para o grego ele é parte de um todo. Um todo chamado de polis.
A purificação através do domínio de si é uma medida que abranda o grau de maldade de cada cidadão, e isso engendra a manutenção do cosmo grego, a ordem.
Não podemos conceber o conceito grego “sophrosyne” como instrumento de controle social, não como um olho que guarda e vigia seus cidadãos. A renuncia do homem grego não é a mesma que ocorria no cristianismo. Na época cristã a renuncia era realizada visando obter um fim, um lugar junto a Deus após a morte, uma recompensa. Para os gregos não há essa idéia de recompensa, de premiação. A renuncia feita a partir da temperança é apenas uma boa forma para se aceitar a condição humana, é um modo de não entregar-se aos sentimentos que empobrece o homem, por exemplo, raiva, inveja, rancor. Não entregar-se não significa que o sujeito deixará de sentir raiva, mas ele impedirá que a raiva tenha um efeito negativo. Os sentimentos são involuntários, não podemos deixar de amar uma pessoa como quem desliga uma televisão ou não conseguimos abolir a tristeza, mas podemos aprender a lidar com esses sentimentos a fim de obter um efeito positivo. Era assim que funcionava a temperança para os gregos da polis. É necessário dizer aqui que, os gregos da época da tragédia só buscava a “sophrosyne” por medo, medo que era provocado pelas peças trágicas. Portanto, a tragédia induz ao homem grego a ter uma vida temperante. É esse modo de vida que terá uma grande importância para a polis.
Para o grego antigo a “catarse” não é uma manifestação de sentimentos reprimidos. Trata-se de uma relação consigo mesmo, uma questão de auto-superação, vencer as próprias fraquezas.
Como já vimos, os gregos não possuíam o conceito de culpa do direito moderno, ninguém podia errar pela própria vontade, só se erra pela ignorância, como apontou Sócrates. O pensamento de Sócrates é herdeiro da tragédia e, portanto, toda sua filosofia perpassa os ensinamentos cívicos que encontram-se no substrato das peças trágicas.
O daimon do qual se diz que acompanhava Sócrates é a cristalização do “pathos”. Ele não expressa uma qualidade especial que o filósofo da moral tinha. Não é um distintivo que nomeia a superioridade intelectual de Sócrates, apenas sugere que todos estão sujeitos a praticar um ato contra a vida de outro, portanto, é necessário cuidar as próprias paixões, para que estas não levem ao homem a cometer uma crueldade. Mais uma vez, vemos como a tragédia ensina que todos os homens são iguais em termos de humanidade. Todos sofrem, amam, odeiam, choram, etc.
Para os gregos a consciência de um destino, do qual nada se sabe, é uma evidência que não se consideravam donos dos próprios passos. O homem grego, daquela época, se sente integrado a “physis”. Comumente entende-se por “physis” natureza, mas como sabemos da vantagem da língua grega arcaica em condensar vários significados numa mesma palavra, deixamos ao leitor uma citação:
“physis é o nome correspondente aos verbos produzir, fazer crescer, formar-se,crescer asas.” (Ferrater Mora, 2271)
“Physis significa , pois, originalmente, o céu e a terra, as pedras e as plantas, os animais e o homem e a história humana como obra dos homens e dos deuses” (Ferrater Mora, 2271)
O homem grego se concebe como parte integrante da “physis”, nunca acredita ter uma postura objetiva (O olhar de fora do cosmo) – alusão para a dicotomia sujeito-objeto – Ele é apenas mais um dentro do cosmo e por isso não pode decidir a respeito da própria natureza humana. Alguns anos mais tarde essa visão perde lugar, a saber, com o advento do humanismo a cisão entre homem e natureza ocorre, do ponto de vista cientifico iluminista, encontra sua maior expressão na física de Newton e no pensamento de Galileu.
É enfadonho e complicado imaginar como um homem reconhece a si mesmo como um grão de milho no milharal. Um lugar onde o indivíduo nunca é melhor em relação a seus semelhantes, mas em relação a si mesmo. Eles se espelham nos deuses, não há espaço para competição individual, não vemos uma exaltação do “ego”. Se o sujeito não pode ser culpado por males feitos, também não pode ser premiado por puro mérito próprio. Parte do mérito é de fonte divina. Aqui vemos uma nítida semelhança da cultura grega e cultura oriental, do ponto de vista mitológico.
Contudo, percebemos a dívida da cultura ocidental para com a cultura oriental. Os mitos religiosos manifestados em tom de rituais, devolvem ao grego a harmonia. É justamente dessa relação de tragédia e polis que nasce o equilíbrio dos desejos, pelo exercício do preceito delfico, “nada em demasia”. O sujeito tenta fazer aquilo que o herói trágico não foi capaz de fazer, guiar suas paixões.
Cada homem participa de uma queda de cabo de força com seus próprios desejos, com seus próprios demônios, com sua própria razão.

BIBLIOGRAFIA:
FERRATER MORA, J. Dicionário de Filosofia, tomo III (K-P). Edições Loyola. 2001
GAZOLLA, Rachel. O trágico e o político. In: Para não ler ingenuamente uma tragédia grega.
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano.

* Sobre o autor:
Nome: Thiago Rodrigues Braga
Titulação: Graduando do 4°ano de ciências Sociais
Universidade Federal de Goiás
Trabalho realizado em Disciplina de Filosofia sobre Tragédia.

Oração da Dança - Santo Agostinho


Louvada seja a dança,
Ela libera o homem
Do peso das coisas materiais,
Para formar a sociedade.
Louvada seja a dança,
Que exige tudo e fortalece
A saúde, uma mente serena
E uma alma encantada.
A dança significa transformar
O espaço, o tempo e o homem.
Que sempre corre perigo
De perder-se ou somente cérebro,
Ou só vontade ou só sentimento.
A dança porém exige
O ser humano inteiro,
Ancorado no seu centro,
E que não conhece a vontade
De dominar gente e coisas,
E que não sente a obsessão
De estar perdido no seu ego.
A dança exige o homem livre e aberto
Vibrando na harmonia de todas as forças.
Ó homem, ó mulher aprenda dançar
Senão os anjos no céu
Não saberão o que fazer contigo.
Augustinus (Santo Agostinho), 354 – 430 d.C.

Foto: montagem de Michael Jackson e meu filho Leonardo Marco

Dança - Mario Quintana


A menina dança sozinha
por um momento
A menina dança sozinha
com o vento, com o ar, com
o sonho de olhos imensos…
A forma grácil de suas pernas
ele é que as plasma, o seu par
de ar,
de vento,
o seu par fantasma…
Menina de olhos imensos,
tu, agora, paras,
mas a mão ainda erguida
segura ainda no ar
o hástil invisível
deste poema!

Mario Quintana

domingo, agosto 22, 2010

quinta-feira, julho 22, 2010

Twitando













O(s) policial (is) desviando as doações para os desabrigados pela chuva... os bandidos soltos, as pessoas reféns.. drogas.. crimes.. miséria..
E o povo brasileiro preocupado com 2014...#semnoção

2010 - Ano eleitoral: hora de lembrar que depende de cada um de nós e fazer as escolhas certas.  Vamos usar a cabeça!!!!!!!! #PeloamordeDeus!
 ...
Assistindo uma reportagem sobre os moradores de rua.. Familias inteiras saem do interior achando que vão trabalhar e melhorar de vida..(Quanta ilusão!)
Na cidade grande ficam morando na rua com as crianças (futuro promissor na marginalidade).. Dormem ao relento, passam  frio..E pasme! São roubados por outros moradores de rua.. E as vezes são mortos.
O interessante é a esperança que eles demonstram. Acham que vão melhorar.. Sonham com um futoro utópico.. Sorriso facil, vidas simples.
Estão mergulhados num caos ... Qual o futuro? O que esperar? O que fazer? Sempre quis fazer algo, uma ong.. Mas nem sei por onde começar.
Eu que tenho o orgulho de ser de origem muito simples.. sem mãe.. sem $. Mas com o coração cheio de esperança e sonho. Venci! Acredito que..
Podemos fazer algo pra minimizar esse sofrimento. E diminuir essa desigualdade.. Essa injustiça. Odeio a desigualdade q marginaliza o ser humano.
Nada me dói mais do que ver o sofrimento alheio, especialmente de uma criança. Ao passar no interior da BA muitas crianças vão na br pedirna janela do carro... Jesus! Que dor que causa saber que sou apenas uma pessoa e que não vou poder resolver jamais isso. Quero minimizar ao menos.
E é por isso, pra quem não me entende.. Que não tenho paciência pra gente futil.. Fala serio! Parem de olhar pro próprio umbigo ou pra vida alheia e me ajudem a mudar esta m... de desigualdade social. 
Parem de egoismo.. de conversinha ridicula .. de piadinha sem graça.
Vamos mudar essa coisa toda! URGENTE!
Acredito sobretudo na arte como a melhor forma de fazer isso acontecer.. Por isso a arte é tudo! A educação e a arte podem curar! Desabafei

sexta-feira, julho 16, 2010

Arte ou Paixão... Diga-me você!

Diga-me você...
 
E tem outra questão:
É arte ou é paixão?
....
....
....
Penso que é arte .
Por amar o amor
Você inventa a paixão.
E inventa para arte fazer
E escrever com paixão
Pra mover a poesia

Penso que é arte..
Mas amar faz parte.
Paixão é a arte pulsando nas veias
É o alimento do poeta
Os acordes do piano ao longe
E os passos da bailarina
É o pincel e a tinta
E o sorriso da Monalisa.

Se não é assim..
Não disse que sei..
Arte ou paixão...
Diga-me você!










quarta-feira, julho 14, 2010

Escolhas e destino

Escolhas e destino

Flores e espinhos
Caminhos..Atalhos
O muro/o mar


poetrixando....













Ciclos

Tempo de mudança
Revisões, visões novas
Reinvençoes!

domingo, julho 11, 2010

Maravilhoso Jorge Vercilo



07-jorge Vercilo-ela Une Todas As Coisas

Sagrada ou Profana

Estavamos falando numa comunidade de dança sobre a Dança do Ventre e a idade... O foco era o que uma mulher pode esperar da dança após os 47 anos.. E papo vai, papo vem.. Supresa!(?)









Entre lindas histórias de vida e muito aprendizado.. Veio a tona algo que está sempre rondando a vida da bailarina: a dança do ventre e o pecado.
Muitas de nós já fomos alvo de algum pré-conceito baseado numa crença da "dança da feiticeira".. "dança profana" e tantos outros adjetivos de quem ver na sensualidade da DV algo impregnado de pecado.
Muitas tiram de letra.. Algumas nem param pra ouvir.. Mas outras sofrem horrores e abandonam a dança e com ela alguns sonhos.
Na verdade isso vai depender de uma série de fatores, meio, crença, discernimento e etc.
O chocante dessa  "conversa" entre bailarinas foi ver o quanto algumas mulheres sofrem ou sofreram por esse pré-conceito. O quanto são cobradas por essa questão religiosa e como isso reflete em suas escolhas e modifica suas vidas.. As vezes de forma avassaladora.
O que temos que ter bem claro é que cabe a nós fazermos escolhas do que vamos ou não absorver de tudo que ouvimos, lemos ou assistimos.. Não apenas sobre a dança e suas nuances, como sobre tudo na vida.
Sorte que são guerreiras e todas estão dando a volta por cima concretizando seus sonhos e dançando.. Livres!



















Eis algo que escrevi lá para as colegas que já passaram por essa tortura psicólogica/religiosa e que sofreram muito por isso:
"Já que a questão da idade chegou no questão da dança ser ou não um pecado. Vou deixar minha opinião.
Dançar é como uma oração.
A arte é uma oração!
Vejam que até Deus quando criou o homem modelou no barro antes do sopro da vida.
É isso a arte é divina!
Dancem sem medo!
Neste mundo que está se perdendo todos os valores. Onde tanta crueldade ta acontecendo...
Pecado é falta de amor e de misericordia.
E se diante de tudo que estamos vivendo dançar fosse um pecado... Quem dera dançar a dança do ventre fosse todo pecado desse mundo!

O único cuidado é dançar pra ser feliz e respeitar a arte e dança, não vulgarizando-a e nem se utilizando dela pra qualquer finalidade dessa natureza. Inclusive a competição entre bailarinas e etc.
No mais, dançar só nos faz bem!"


Agora tenho uma pergunta subjetiva a fazer...Sagrada ou Profana?
Márcia Aguiar ;)

sexta-feira, julho 09, 2010

Poetrix por um dia por especial '4 de julho'

Canção de amor



















Acordes do bandolin ressoam

Enquanto tocas minha alma

Lágrimas me emudecem

Márcia Aguiar
July 04, 2010 10:25 PM

Poetrix ao entrar no grupo do Movimento Poetrix (Que orgulho!)

"Passeando na floresta a aprendiz...

Entre feras espia
Dedos ávidos
Tela em brancos mistérios"

Márcia Aguiar
26 jun 2010 3:29 am


















Passando a limpo:

"Passeando na floresta (e) encantada

Entre feras espia
Dedos ávidos  
Tela em brancos mistérios"

Márcia Aguiar

Personalidade da Dança/Teatro de hoje: Marilena Ansaldi

A justa homenagem aqui prestada a uma bailarina maravilhosa: Marilena Ansaldi.
Marilena com uma personalidade marcante e  a frente do seu tempo é mais uma que sai do lugar comum e  rompe com as barreira impostas. 
Ela cria sua própria dança e vai além, interpreta, escreve, dirige espetáculos teatrais. 
Me apaixonei a primeira vista pela Marilena Ansaldi ao assitir um documentario sobre ela.Fiquei encantada pelo trabalho e personalidade desta artista completa e marcante e assim como sempre faço com aquilo que amo, pesquisei, li, assisti! Me encantei mais e mais. E  aqui estou dividindo!
Assim, Marilena Ansaldi é a bailarina/atriz homenageada de hoje aqui no Alma de ARTista. 
E convenhamos, estréia com muita propriedade este espaço dedicado as personalidades da Dança!
E por ser polivalente, estréia o também no mesmo post o espaço dedicado a personalidades do Teatro também.
Dancemos Marilena, para celebrar a vida!
Márcia Aguair



Biografia
Maria Helena Ansaldi  
Nascida em São Paulo SP em 1934
Atriz e coreógrafa. Pioneira na criação de espetáculos que unem dança, teatro e recursos multimídia. Sendo então a precursora da dança-teatro no Brasil.
Filha de Paulo Ansaldi barítono italiano e da corista Maria Nazareth da Silva, desde pequena ambiciona ser bailarina, mas a resistência paterna obriga-a a postergar a iniciação e só entra para a Escola Municipal de Bailado como aluna regular em 1951. Em 1952, já chama a atenção com uma dança oriental na ópera Thais e, no ano seguinte, passa à primeira bailarina, quando interpreta solos especialmente criados para ela. Em 1958, afastada da Escola por divergências internas, vê-se obrigada a trabalhar em boates, mas é readmitida e passa a dançar todo o repertório do Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo. Em 1962 participa do Festival da Juventude em Helsinki, Finlândia, e segue viagem à Rússia, onde obtém bolsa de estudos no Balé Bolshoi. Em 1964 interpreta Zarema, um dos papéis principais da ópera A Fonte, de Baychisaray, e é cumprimentada por Krushev, que assiste ao espetáculo.
Em 1965 volta para o Brasil e casa-se com o crítico teatral Sábato Magaldi. Inicia atividades no campo da coreografia e participa de espetáculos de balé moderno dirigidos por René Gumiel. Em 1966 cria o Balé de Câmara, com Victor Austin, Peter Hayden e Márika Gidali. Como primeiro trabalho do grupo cria coreografia sobre Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues. A partir de 1968 é uma das diretoras da Sociedade Ballet de São Paulo, criando coreografias sobre A Casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca, e Maria Stuart, de Schiller.
Em 1975 lança-se à criação de um espetáculo solo, inspirada em texto que escreve em um momento de crise.
Em sua autobiografia, Atos, descreve:
 "Escrevi alguma coisa, um texto que falava do que eu havia deixado de ser, do que eu não sabia se poderia ser e das coisas que me amarravam e das quais precisaria me libertar. Vi que aquilo já nascia em forma de roteiro, o esboço de um espetáculo. No dia seguinte, comecei a retrabalhar o texto, com a plena consciência de que estava tentando projetar um espetáculo teatral. Basicamente, era um roteiro visual, com descrição de imagens".1 O diretor Iacov Hillel ensaia com base na improvisação, tentando encontrar formas para as imagens do roteiro, que trata da libertação das amarras do balé clássico e da procura de uma nova forma de expressão. Isso ou Aquilo estréia no Espaço Galpão, obtém êxito de público e crítica e conquista os prêmios Associação Paulista de Críticos de Artes, APCA; Molière e Governador do Estado de São Paulo do ano de 1975. Dois anos depois, é apresentado na Itália, na Alemanha e, no Festival de Nancy, na França.
Seguem-se espetáculos nos quais Ansaldi produz, cria e interpreta a partir de roteiro inspirado em um autor. Um dos maiores sucessos da década de 70, Escuta, Zé!, parte do livro de Wilhelm Reich, modificado nos ensaios, com a inclusão de depoimentos pessoais dos atores/bailarinos, sob a direção de Celso Nunes. Em 1979 cria Um Sopro de Vida, direção de José Possi Neto, a partir da obra de Clarice Lispector (1925 - 1977), que volta a inspirá-la em 1989, com A Paixão Segundo G.H., agora junto com a diretora Cibele Forjaz. No autobiográfico Jogo de Cintura a atriz-criadora conta sua vida entremeada por trechos de seus espetáculos. Em Se, de 1983, com Roberto Gallizia, integrante do Teatro do Ornitorrinco, aborda a condição da mulher, questionando idéias feministas. Em 1987 interpreta um texto teatral, Hamletmachine, de Heiner Müller, com direção de Marcio Aurelio, e, em 1991, com Clitemnestra, de Marguerite Yourcenar, aposta no talento do então iniciante diretor Antônio Araújo, hoje consagrado por seu trabalho à frente do Teatro da Vertigem.
Marilena também coreografa espetáculos teatrais, como A Viagem, de 1972, com direção de Celso Nunes. Participa como atriz das produções da TV Globo Rabo de Saia, de 1995, com direção de Walter Avancini, e, em 1986, da regravação da novela Selva de Pedra.
Em sua autobiografia, Marilena declara: "Tudo o que construo no teatro me chega através da música. A cor, o espaço e o próprio texto são ditados por uma inspiração musical. E cada música gera sua própria imagem".2
Sempre à margem dos esquemas comercias, Marilena Ansaldi é uma artista inconfundível por sua presença cênica, corpo em que dança e teatralidade fundem-se numa expressão dramática própria, que dota suas interpretações de forte impacto emocional, apesar do desenho milimétrico e coreografado de seus movimentos.
Notas
1. ANSALDI, Marilena. Atos. São Paulo: Maltese, 1994, p. 153.

2. Ibid. p. 15.

quinta-feira, julho 08, 2010

Direitos autorais e a criatividade



Observem que postei duas notas sobre os Direitos Autorais do material aqui publicado.
Tenho uma preocupação muito séria com a ética. E sei que, infelizmente, não é uma preocupação de todos.
Deveria porque viveriamos num mundo muito melhor pautados na ética das relações.
Como a ética depende da moral e não é comum de todos. A lei existe para normatizar a vida, e impor regras e punições para aqueles que não sabem viver com base no respeito pelo outro, pelo direito do outro e neste caso, respeito pelo que é feito pelo outro.

Eu não entendo que satisfação pode dar a alguém chamar de seu a obra de outro. Lembro agora de um espetáculo de dança que assisti certa vez e que naquela noite fiquei tão feliz com a 'criatividade' das bailarinas e especialmente da criadora do evento.. Alegre, parabenizei-a. Tempos depois, que tristeza, estava assistindo vídeos de dança no youtube, e qual foi minha decepção por acaso passei por uma abertura de espetáculo exatamente igual a que eu tinha visto.
Fico sem entender. Afinal, que mérito tem em dizer que se fez algo que não se fez?
Sinceramente prefiro fazer algo menos virtuoso mas que sei que eu pensei, que eu prejetei idealizei. É tão bom curtir cada etapa da criação de uma coreografia, cada palavra de um texto, cada detalhe de uma pintura ou de uma peça de artesanato. Mesmo que não saia uma obra-prima.. Conheço a autoria. Tenho orgulho, sei que fui eu mesma que fiz!
Claro que eu também gostaria de ter escrito Fanatismo (Florbela Espanca), Romeu e Julieta (Shakespeare), pintado a Monalisa (Leonardo Da Vinci).. E quem me dera ter feito Ode a Alegria  do Beethoven.. Mas não fiz nada disso! Não me cabe os louros dessas obras.. Só minha admiração eterna!
Assim espero que o que eu aqui escrevi lhes sirvam de apoio se você cria suas próprias obras e de incentivo ir além.
E se por ventura, você copia. Que lhes sirva de orientação para a mudança de atitude!
Por fim, não faça isso. Não diga que fez o que não fez. Se realmente gostou do que viu ou leu.Cite a fonte. Respeite a autoria!
A Cezar o que é de Cezar já dizia Jesus. E quem somos nós pra ir contra! Não é?

Creio que a capacidade de criar é própria do ser humano, não se substime, faça! Você é capaz!
Se gostar de algo que alguém escreveu ou fez, peça a autorização do autor e cite sempre a fonte.
Dê autoridade a quem de fato tem.
Não é necessário se apropriar daquilo que não é seu. Faça suas próprias coisas, escreva sua própria história.
Não se conforme em ser uma mera cópia de alguém.. Você pode, acredite!

Se cada um fizer a sua parte vamos viver com mais justiça e amor.
Direitos autorais é coisa séria.

Deus abençoe você!
Grande abraço!

Márcia Aguiar

quarta-feira, julho 07, 2010

Música de hoje: Man in the mirror Michael Jackson


Man In The Mirror

I'm gonna make a change
For once in my life
It's gonna feel real good
Gonna make a difference
Gonna make it right

As I turn up the collar on
My favorite winter coat
This wind is blowing my mind

I see the kids in the streets
With not enough to eat
Who am I to be blind?
Pretending not to see their needs

A summer disregard
A broken bottle top
And a one man soul

They follow each other on the wind, ya' know
'Cause they got nowhere to go
That's why I want you to know

I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
And no message could have been any clearer:
If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself and then make a change

I've been a victim of a selfish kind of love
It's time that I realize
That there are some with no home
Not a nickel to loan

Could it be really me
Pretending that they're not alone?

A willow deeply scarred
Somebody's broken heart
And a washed-out dream

They follow the pattern of the wind, ya' see
'Cause they got no place to be
That's why I'm starting with me

I'm starting with the man in the mirror (Oh!)
I'm asking him to change his ways (Oh!)
And no message could have been any clearer:
If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself and then make a change

I'm starting with the man in the mirror (Oh!)
I'm asking him to change his ways (Oh!)
And no message could have been any clearer:
If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself and then make that CHANGE!

I'm starting with the man in the mirror
(Man in the mirror - Oh yeah!)
I'm asking him to change his ways (Better change!)
No message could have been any clearer
(If you wanna make the world a better place)
(Take a look at yourself and then make the change)

(You gotta get it right, while you got the time)
('Cause when you close your heart)
You can't close your, your mind!
(Then you close your mind!)

That man, that man, that man, that man
With the man in the mirror
(Man in the mirror, oh yeah!)
That man, that man, that man
I'm asking him to change his ways (Better change!)
You know... that man

No message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself and then make the change

I'm gonna make a change
It's gonna feel real good

Come on! (Change)
Just lift yourself, you know
You've got to stop it, yourself!
(Yeah! Make that change!)

I've got to make that change, today!
(Man in the mirror)
You got to, you got to not let yourself, brother
(Yeah! - Make that change!)

You know, I've got to get
That man, that man... (Man in the mirror)
You've got to, you've got to move!

Come on! Come on! You got to...
Stand up! Stand up! Stand up!
(Yeah! - Make that change)
Stand up and lift yourself, now!
(Man in the mirror)

(Yeah! - Make that change!)
Gonna make that change.
Come on! (Man in the mirror)

You know it! You know it
You know it! You know it
(Man in the mirror).


O recado do Michael é:
"Mude!Levante-se e eleve a si mesmo, agora!
(Homem no espelho)"
E pra quem sabe o que eu quero dizer: God bless you all!

Meu poetrix de hoje


Bailarina alada

 















A bailarina rodopia
Cria asas
Na ponta do pé
Márcia Aguiar

Poesia de Hoje














HORAS RUBRAS

Horas profundas, lentas e caladas,
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...

Oiço as olaias rindo desgrenhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata plas estradas...

Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos...
Vestiu-os o luar de sedas puras...

Sou chama e neve branca e misteriosa...
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

Florbela Espanca

Artista de hoje: Pierre Auguste RENOIR

Renoir nasceu em Limonges, no dia 25 de fevereiro de 1841. O pai era um alfaiate que se mudou para Paris onde o jovem artista, aos quatorze anos, entrou como aprendiz numa firma de pintores de porcelana. Seu talento natural para as cores recebeu nova direção quando ele passou nos exames para a Ecole des Beux-Arts, ingressando no ateliê Charles Gleyre onde conheceu outros jovens pintores que, mais tarde, seriam rotulados impressionistas.
Os primeiros trabalhos desses rapazes foram ridicularizados pelas instituições artísticas parisienses e tiveram sua exposição recusada pelo Salão oficial. Para sobreviver, Renoir pintava retratos convencionais, mas também expunha suas obras rejeitadas pelo Salão no Salon des Refusés.
Pintor francês que, junto com Monet, amigo pessoal, formou o núcleo do grupo impressionista. Uma visita à Itália, entre 1881 e 1882, inspirou-o a buscar maior consistência para sua obra. As figuras tornaram-se mais imponentes e formais, e muitas vezes abordou temas da mitologia clássica. Nos seus últimos anos de vida, também dedicou-se à escultura, com o auxílio de assistentes.



















Embora Pierre Auguste Renoir fosse um dos fundadores do Impressionismo e um pintor e um pintor revolucionário, sua verdadeira ambição, descoberta somente em 1881 quando esteve na Itália, era ser um artista em grande estilo renascentista, como Ticiano. Antes disso, sua pintura era decorativa, com uma delicada percepção de cor que havia desenvolvido como aprendiz de pintura em porcelana.

No ateliê Gleyre, Renoir fez amizade com Claude Monet e os dois começaram a pintar juntos, principalmente em Argenteuil, perto de Paris, onde Monet tinha uma casa que se tornou ponto de encontro desses novos pintores.
Em 1874, cansados de serem rejeitados pelo Salão, vários desses artistas, inclusive Renoir, Monet, Sisley e Berthe Morisot, organizaram sua própria exposição. Renoir incluiu sete quadros nesta mostra, que não foi um sucesso financeiro mas deu aos pintores o nome de "Impressionistas", termo que no início era usado como uma forma de ridicularizá-los.
Na segunda Exposição Impressionista, em 1876, Renoir apresentou 15 trabalhos. Neste período, seus quadros estavam agradando cada vez mais, como Madame Charpentier e suas filhas alcançando um enorme sucesso no Salão em 1879.
Aí aconteceu a sua viagem à Itália, em 1881. Ele ficou tão impressionado com o trabalho dos renascentistas italianos que chegou à conclusão de que nada sabia de desenho, e muito pouco de pintura.
A parti daí, firmaria o seu traço e abandonaria aos poucos a maneira impressionista de aplicar as tintas em pequenas pinceladas, passando a usar o método tradicional de espalhá-las em camadas e vernizes.
A visita de Cézanne em L'Estaque, perto de Marselha, ao voltar da Itália par casa, confirmou esta sua nova abordagem. Cézanne havia rompido com Impressionismo para desenvolver um rígido estilo estrutural próprio. Renoir, então, concentrou-se em criar as suas próprias e novas técnicas. Seu Guarda-chuvas, pintado durante vários anos, no início da década de 1880, foi uma composição formal cheia de planos de cores e com rígida estrutura de um quadro de Cézanne.



Percebendo que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis, Renoir concentrou-se em combinar o que tinha aprendido sobre cor, durante seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. o resultado foi uma série de obras-primas bem no estilo Ticiano, assim como de Fragonard e Boucher, a quem ele admirava. Os trabalhos que Renoir incluiu em uma mostra individual de 70, organizada pelo marchand Paul Durand-Ruel, foram elogiados, e seu primeiro reconhecimento oficial veio quando o governo francês comprou Ao Piano, em 1892.
Em 1885 nasce Pierre, filho de Renoir e Aline Charigot, há muito tempo sua amante e modelo. Três anos depois, visitando Cézanne em Aix-en-Provance, Renoir descobriu Cagnes que passou a ser sua residência de inverno quando começou a sofrer de artrite e reumatismo. Passava longos períodos no sul com Aline, agora sua esposa, somando à família mais dois meninos: Jean, nascido em 1894, que seria um dos maiores diretores de cinema na França, Claude (Coco), nascido em 1901. A casa em Cagnes, Les Colletes, que Renoir construiu em 1907, se tornou um importante refúgio para o trabalho e a vida doméstica.
Piorando da artrite, Renoir sentia cada vez mais dificuldades para segurar os pincéis e acabou tendo que amarrá-los às mãos. Começou também a esculpir, na esperança de poder expressar seu espírito criativo através da modelagem, mas até para isso ele precisou de ajuda, que veio na forma de dois jovens artistas, Richard Gieino e Louis Morel, que trabalhavam segundo suas instruções.
Apesar das graves limitações físicas, Renoir continuou trabalhando até o último dia de sua vida. Sua grande tela exposta no Louvre, As Banhistas, foi terminada em 1918. Em 1917, ele recebeu a visita de um jovem pintor chamado Henri Matisse, que estava destinado a transportar suas idéias sobre cor a uma nova era. Renoir morreu em Cagnes, no dia 3 de dezembro de 1919, aos 78 anos, e reconhecido como um dos maiores pintores da França. 

Fonte http://www.pintoresfamosos.com.br/